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TJBA reinaugura biblioteca e homenageia o juiz valenciano Ney Leite Silva


A Biblioteca Ney Leite Silva oferece um serviço de qualidade, de forma ágil e precisa


O presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), desembargador Nilson Soares Castelo Branco, reinaugurou a Biblioteca do edifício-sede, após período de reforma e revitalização. Situado no Edifício Advogado Arx da Costa Tourinho, Anexo I do TJBA, o espaço conta, atualmente, com uma sala de estudos ampliada e sete computadores disponíveis para uso de visitantes, bem como ar-condicionado e luminárias mais eficientes e sustentáveis. Além disso, a unidade passou a se chamar Juiz Ney Leite Silva, uma homenagem a um magistrado de carreira, cuja atividade judicante foi marcada pela probidade, pela dignidade e pelo trabalho.

Juiz Ney Leite Silva


O evento ocorreu na tarde da terça-feira (14) e reuniu magistrados ativos e aposentados, bem como familiares do homenageado, o Juiz Ney Leite Silva, natural de Valença, falecido em 2014. "Muito se falou das qualidades profissionais de meu tio. O que me regozija, envaidece e ameniza a saudade destes 09 longos anos sem a sua presença física. Mas tio Ney foi muito mais. Ele era (e continua sendo) sinônimo de GENEROSIDADE! Meus irmãos e eu somos a prova viva do seu amor a família. Tio Ney sonhava nossos sonhos, patrocinava nossas ideais, inquietava-se com nossas angústias e sorria com nossas conquistas. Dono de bordões incríveis, ele nos recepcionava com um gostoso abraço, um sorriso tímido em meio ao cigarro no canto da boca e soltava: 'oh meu querido!, oh minha querida!'. Ainda escuto sua voz, até mesmo quando vejo um prato de quiabada com camarão seco, iguaria valenciana que ele tanto gostava. Após deliciar-se, sempre soltava: 'estava uma diliiiiiiiicia!'", ressaltou de forma emocionada sua sobrinha Rosana Moura, advogada e ex secretária de Administração de Valença.

"Era meu super herói de estatura mediana, de capa invisível, totalmente desarmado. E seus “causos”, muitas vezes, versavam sobre suas sentenças. Aí ele mesclava a ficção com a dura realidade que vivenciou na carreira. Sua expressão mudava, franzia a testa, eu sentia a tensão da sua face! Me lembro de acordar, na madrugava - quando vinha a Salvador passar as férias ou para consultas médicas - e encontrar meu tio debruçado em sua máquina de datilografia, acompanhado do cigarro, do café e dos inúmeros livros espalhados pelo birou. Foi aí que despertei para as ciências jurídicas. Mas sempre dizia a ele, na inocência da minha meninice: 'não quero sofrer, tio; logo, não serei juíza!'. Como era duro contrariar o Poder Executivo da época. E ele seguiu sendo um profissional irretocável e positivista, vivenciando a letra da lei! Segui o Direito espelhada por sua integridade, ética e por sua incansável luta pela pacificação com justiça. A maior reserva moral que conheci, aquele com quem trocava figurinhas e livros, muitos deles defasados, mas cheios de significados para uma sobrinha/fã. Portanto, neste dia de reconhecimento pelo grande homem que foi, registro toda minha gratidão ao desembargador Dr. Nilson Castelo Branco e aos seus colegas desembargadores, por dedicarem o nome de meu tio Ney a este espaço de conhecimento, cultura, lazer e informação. Crente na imortalidade da alma, tenho certeza que ele está feliz e com a sensação de dever cumprido – desencarnou as vésperas de completar 79 anos sem DESANIMAR DA VIRTUDE, SEM RIR DA HONRA E SEM TER VERGONHA DE SER HONESTO. Descanse em paz, tio, o seu amor e a sua retidão de caráter são o seu maior legado!", celebrou Rosana Moura.

"Um dia inesquecível em Salvador! A emoção tomou conta! Participamos da inauguração da Biblioteca do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, que levou o nome de Ney Leite Silva, nosso saudoso e amado tio, irmão de nossa querida mãe, pró Celeste Moura. Agradecemos ao presidente, desembargador Nilson Castelo Branco, que homenageou o nosso tio Ney e, no seu discurso, disse que ele era um dos homens mais probos e sérios da magistratura baiana", afirmou Ricardo Moura, sobrinho do homenageado e ex prefeito de Valença.

O chefe do Judiciário baiano, desembargador Nilson Castelo Branco, declarou: “É com grata alegria e satisfação que estamos reinaugurando a Biblioteca com o nome Ney Leite Silva. Aproveito para agradecer e louvar as bibliotecárias”. Ele, também, relembrou momentos de troca e convivência que teve com o homenageado, desde o início de sua carreira quando era advogado e foi apresentado ao magistrado Ney. O presidente Nilson frisou para os presentes as obras realizadas na biblioteca, todas baseados em modernização, sustentabilidade e acessibilidade.

Quem foi Ney Silva?

Ney Leite Silva nasceu em 03 de abril de 1935, na cidade de Valença - Bahia, filho de Agenor de Vasconcellos Silva e de Guiomar Leite Silva. Quarto filho do casal, juntamente com o irmão gêmeo Ruy, passou sua difícil, porém feliz infância, no antigo bairro das Três Barras (atrás da Santa Casa de Misericórdia de Valença), brincando de bola de gude, peão, futebol e de empinar pipas.


Frequentou a escola de Dona Mariazina Duarte; em seguida a Escola Leopoldino Tanatu, sendo aluno de professora Maria José Pacheco, e depois o Grupo Escolar Conselheiro Zacarias. Nas férias escolares, quando não estava com um livro na mão, ou na Biblioteca do Paço Municipal, desenvolvia seus estudos com a professora e tia Anita Cathalá Loureiro, exercitando o francês e o latim. Costumava dizer que na sua infância ouviu as mais belas histórias, contadas pela “encantadora” Tiêta – professora Mariêta, de quem nutria grande afeto e quem o despertou para a ARTE DA LEITURA.

Os gêmeos Ruy e Ney

Ney, Ramon, José Maria, Agenor, Maria Celeste, Guiomar e Ruy


Em 1950 foi estudar em Salvador, juntamente com o gêmeo Ruy, cursando o ginásio (na modalidade internato) em uma das mais tradicionais escolas da época, o Colégio Liceu Salesiano. O segundo grau foi vivenciado no Colégio Central e, de lá, ingressou na Universidade Federal da Bahia, formando-se em Direito em 14 de maio de 1963.


Em outubro de 1966 inscreveu-se no concurso para juiz de Direito, sendo nomeado para a comarca de Itapicuru, em 22 de fevereiro de 1967. Quatorze meses depois foi removido para a comarca de São Sebastião do Passé (1968). Em 1975 foi promovido para a comarca de Cruz das Almas onde foi agraciado, dez anos depois de sua chegada (em 27 de fevereiro de 1985) com o Título de Cidadão Cruzalmense, aprovado por unanimidade pelos 13 vereadores. A partir de outubro de 1981 foi para Salvador onde permaneceu até a sua aposentadoria, em agosto de 1995. Transitou por diversos lugares da Terceira Entrância, a saber: Varas de Substituições, Varas Cíveis, Varas de Família, Vara Criminal e de Acidentes de Veículos. Em 1992, concorreu a vaga de desembargador.

Ney e sua irmã, a educadora Maria Celeste Leite Silva Moura


Em 1996, Ney, já aposentado, retornou para Valença, juntamente com o gêmeo Ruy e um irmão mais velho - José Maria, surdo-mudo e bastante doente, que veio a falecer em 1997. Regressar a terra natal foi uma oportunidade de rever amigos e ficar mais perto de seus sobrinhos netos e de seus outros irmãos, Ramon e a educadora Maria Celeste. Seguiu em Valença até meados do ano 2000 e voltou para a capital, mais precisamente para o bairro da Mouraria, permanecendo até 29 de março de 2014, data de seu óbito. Deixou seu gêmeo Ruy, 7 sobrinhos, 7 sobrinhos netos e 1 sobrinho bisneto.





Por Vanessa Andrade - Redação

Com informações do TJBA



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