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ITUBERÁ: Pescadores expressam preocupação com possível exclusão da nova Resex em criação na região de Itacaré

  • Foto do escritor: Vanessa Andrade
    Vanessa Andrade
  • 10 de jul.
  • 3 min de leitura
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A possibilidade de ficarem de fora da nova Reserva Extrativista (Resex) que está em processo de criação no litoral de Itacaré tem gerado angústia entre os pescadores de Ituberá e de outras comunidades do Baixo Sul. Em resposta a essa inquietação, o Consórcio Ciapra Baixo Sul e a prefeitura de Ituberá promoveram, nesta quarta-feira (9), uma reunião ampliada com representantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), lideranças pesqueiras, organizações da sociedade civil e gestores públicos.


O encontro, realizado na sede do Ciapra em Ituberá, teve como objetivo esclarecer dúvidas e reivindicar a inclusão das comunidades do Baixo Sul no processo de reconhecimento da nova unidade de conservação. Segundo explicou Leandro Ramos, diretor executivo do Consórcio, a proposta em pauta é a criação de uma Resex marinha que abrangerá a costa de Itacaré e parte do território de Maraú. Trata-se de uma unidade de conservação que não proíbe o uso, mas impõe critérios de manejo sustentável dos recursos naturais, especialmente no que se refere à pesca, com destaque para a atividade de captura do camarão.


"A Resex está ainda em fase de elaboração, com estudos técnicos, audiências públicas, escutas das comunidades e levantamento dos perfis de usuários e beneficiários da área. No entanto, os primeiros documentos produzidos pelo ICMBio não incluíram as comunidades do Baixo Sul, como Ituberá, Barra de Serinhaém, Camamu, Nilo Peçanha, Taperoá, Valença e Cairu — que historicamente utilizam aquela região para suas atividades pesqueiras", pontuou Leandro Ramos.


Sandro, pescador que atua nas áreas pesqueiras de Itacaré há mais de 30 anos, teme que a criação da unidade de conservação possa resultar na proibição de sua atividade, essencial para sua subsistência e para o sustento de sua família. "Sou pescador e frequento muito a área pesqueira de Itacaré. Hoje, com a Resex introduzida lá, estamos preocupados em ficar de fora, o que pode prejudicar bastante a gente. Ouvimos que querem proibir a gente de pescar lá. A gente já vem há mais de 30 anos pescando nessa região. Acho que podemos chegar a uma combinação, um acordo para que possamos continuar trabalhando onde sempre trabalhamos, garantindo o sustento das nossas famílias", afirmou Sandro.

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O secretário municipal de Pesca e Aquicultura de Ituberá, Gideon Costa, fez um apelo em favor dos pescadores tradicionais da cidade. “Esse assunto tem trazido muita inquietação para os pescadores, insegurança, porque a criação da Resex marinha de Itacaré não contempla nossos pescadores e pode trazer impedimento para que eles possam pescar na região de Itacaré. O que nós queremos é estar participando, inseridos no processo da criação da reserva e continuar a história que eles têm de pescar naquela região. Então é por isso que nós estamos aqui”, declarou o secretário.


A preocupação dos pescadores é legítima: se essas comunidades não forem reconhecidas oficialmente como usuárias ou beneficiárias da futura Resex, podem acabar excluídas de decisões importantes sobre o uso da área e até enfrentar restrições futuras à atividade que garante seu sustento há gerações.


Ramos destacou que o reconhecimento desses grupos não se limita apenas aos pescadores que vão ao mar, mas também às mulheres e demais trabalhadores que atuam no beneficiamento do pescado nas comunidades. “É inaceitável criar uma unidade de conservação ali em Itacaré sem contemplar quem há décadas realiza atividades pesqueiras naquela área. Essa luta é para garantir o direito e a dignidade dessas famílias do Baixo Sul, que fazem parte desse território de fato, mesmo que não estejam ali geograficamente", afirmou o diretor.

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A reunião representou um passo importante na mobilização das comunidades e na sensibilização para que o ICMBio reconheça os usos tradicionais da região pelos pescadores do Baixo Sul. Segundo Leandro Ramos, o Ciapra seguirá acompanhando o processo de criação da Resex, garantindo a participação ativa das comunidades e evitando que os direitos históricos dessas populações sejam ignorados.


A expectativa agora é de que o ICMBio avance nas escutas e revisões técnicas, garantindo a inclusão de todos os grupos que, de maneira tradicional e sustentável, dependem da região para sua sobrevivência.



Fonte/fotos: Secom PMItuberá

 
 
 

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