Pan Batista e Juniex Santos eleitos para presidir o Conselho Estadual de Cultura
Presença feminina nas eleições marcou a importância e a representatividade do gênero
Membros do Conselho Estadual de Cultura da Bahia (CEC) se reuniram nesta segunda-feira (27/05), para a realização da 3ª e 4ª Sessão Plenária que teve como uma das pautas a eleição da nova gestão do órgão. A plenária aconteceu na nova sede do CEC, localizada na Rua Marechal Floriano, SN, no bairro do Canela, em Salvador.
Foto: Lucas Vinícius Ascom/CEC
A primeira sessão plenária realizada pela manhã começou com a leitura e aprovação de ATA, seguido de informes dos conselheiros e conselheiras, discussões de projetos e pareceres. A pauta seguiu com a leitura do parecer de solicitação do registro especial da Procissão do Fogaréu como Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado. Há mais de oito décadas a manifestação religiosa reforça os laços de fé, tradição e cultura. O Fogaréu surgiu em 1930, através do Padre Carlos Ribeiro na cidade de Serrinha, Território do Sisal. O parecer anteriormente aprovado na Câmara de Patrimônio é de autoria da conselheira Ana Vaneska sendo lido pela própria parecerista e aprovado pelo Conselho.
Prosseguindo a pauta do dia foi concedido a palavra do "Fala Sociedade", na ocasião a conselheira Ladailza apresentou na plenária o projeto "Oxe Bahia - Rede de Bibliotecas Comunitária'', que tem a proposta de construção de mais bibliotecas nos municípios do Estado da Bahia e pelo reconhecimento da leitura como direito humano. A conselheira apresentou para os membros do CEC, defendendo a importância do projeto.
O período da tarde foi reservado para os tramites da eleição da nova gestão do CEC, antes da votação secreta, cada chapa apresentou suas plataformas de ações e puderam defender as suas propostas durante 10 minutos. Conforme previsto no capítulo IV, artigo 28° no regimento Interno do Conselho Estadual de Cultura, o mandato do presidente e vice-presidente é de dois anos, sendo permitida uma única reeleição após o fim de um primeiro mandato.
Duas chapas concorreram: CHAPA I, sendo Suely Melo presidente e Bruna Setenta vice-presidente, e CHAPA II com Adinil Batista de Souza (Pan Batista Mene) presidente e Junieques Santos (Juniex Santos) na vice-presidência. Nesta eleição se destacou a presença feminina como candidatas para assumir o biênio 2019-2022. Foram duas conselheiras candidatas à presidência e uma candidata para vice-presidência, todas com atuações e conhecimento em diversas temáticas culturais. A chapa II composta por Pan Batista e Juniex Santos foi eleita com 16 votos contra 11. O CEC é composto por 30 conselheiros titulares cada um deles com seu próprio conselheiro suplente. Na sessão estavam presentes 27 conselheiros com direito a voto. A posse da nova mesa diretora está agendada para o dia 27 de junho, na sede do CEC.
Foto: Lucas Vinícius Ascom/CEC
"A candidata eleita e o vice-presidente assumem o papel de responsabilidade enquanto mesa diretora, sobretudo na condução de políticas públicas participativas, mantendo sempre o diálogo com os segmentos culturais, com a sociedade civil, com o poder público, no fortalecimento dos sistemas municipais de cultura e conhecimento do que ocorre na política territorial do estado, além da conexão com demais secretárias que atuam no âmbito da cultura, entre outras atribuições no CEC”, afirma o atual presidente do Conselho, Emílio Tapioca. Ele reitera ainda que: ‘’A eleição para gestão do órgão e para a escolha de novos conselheiros é uma conquista pioneira alcançada pela sociedade civil organizada da Bahia. A legitimidade e a pluralidade da atuação do Conselho se fiam na escolha direta dos diversos atores do fazer cultural, que agem nos segmentos e nos territórios, tornando-os seus fiéis representantes”.
Pan afirmou estar preparada e aberta ao diálogo com o coletivo, ressaltando que pretende ouvir a todos. Em relação as propostas Juniex destacou algumas delas, como: Realizar gestão participativa com escuta e construção coletiva, defender a ampla representatividade da sociedade civil no CEC. Promover espaços de formação aos conselheiros para fortalecer debates. Primar pela continuidade de itinerância do CEC nos territórios e dar continuidade ao projeto "Fala Sociedade" entre outros pontos.
A CHAPA VENCEDORA – Conheça os 20 compromissos apresentados pela CHAPA II (Sociedade unida, cultura mais forte!) visando o fortalecimento do CEC:
Gestão participativa;
Defender a ampla representatividade da sociedade civil n CEC;
Constância do debate acerca das políticas públicas (especialmente política de fomento/editais), políticas de difusão, circulação e qualificação;
Ações objetivando desenvolvimento e fortalecimento do Sistema Estadual de Cultura;
Promover formação para os conselheiros;
Defesa de políticas culturais que alcancem a diversidade e as dimensões territoriais do Estado;
Continuidade ao projeto de itinerância do CEC nos Territórios;
Imprimir esforços junto à Secult para garantir a política de contratação e manutenção dos Representantes Territoriais nos 27 Territórios baianos;
Continuidade ao projeto “Fala, Sociedade!”;
Continuidade à Campanha pelo retorno da Pedra de Bendegó à Bahia;
Construir canais de diálogo com os conselheiros municipais e direcionar esforços para a realização dos Fóruns de Conselhos Municipais de Cultura da Bahia;
Oferecer consultas especializadas aos municípios que queiram implantar seus Conselhos e Sistemas;
Contribuir para a retomada do Programa Cultura Viva na Bahia;
Realizar plenárias para segmentos diversos da sociedade civil, em especial: mestres populares, detentores de saberes e comunidades tradicionais;
Promover debates sobre temas pertinentes às questões geracionais, de gênero, ambientais e étnico-raciais;
Aproximação com a Defensoria Pública do Estado;
Avaliar a possibilidade do CEC reeditar a coleção Cadernos do CEC;
Valorizar e estimular a Literatura e as bibliotecas comunitárias, municipais e estaduais;
Construção de uma rede de relações envolvendo o CEC e a comunidade acadêmica circunvizinha à sua sede, com perspectiva de potencialização do uso e da circulação do espaço-sede pela comunidade cultural em geral;
Construir as condições para a transmissão em tempo real das plenárias do CEC via web, permitindo que a comunidade acompanhe a atuação do Conselho.
Presidente – Eleita presidente Adinil Batista de Souza, ou Pan Batista como gosta de se identificar, representa o setor de Manifestações Populares. Nascida e criada na comunidade quilombola de Santiago do Iguape, Pan é a primeira quilombola da UFRB/CAHL a ser contemplada com a bolsa permanência do MEC para quilombolas. Foi eleita delegada estadual de cultura (2013) na conferência nacional como representante quilombola da Bahia. Em (2014) eleita conselheira de cultura municipal de Cachoeira pelo segmento Cultura Popular tendo a maior votação da conferência. Participa na categoria de estudante e assistente do projeto sobre comunidades Quilombolas pertencentes ao município de Cachoeira-BA, da empresa Brasil com Artes em parceria com a Fundação Cultural Palmares e o Empreendimento Estaleiro Enseada do Paraguaçu. Autora e coordenadora do projeto em homenagem a cultura e identidade do povo negro quilombola, a Feira de Cultura Afro Brasileira Do Iguape.
Vice-presidente – Junieques Batista dos Santos ou Juniex Santos como costuma se identificar, é natural da cidade Itamaraju onde reside. Formado em Administração pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas, Especializando em Transdisciplinaridade da Cultura pela Universidade Estadual da Bahia, Produtor Cultural desde 2005, ativista cultural, palestrante e conferencista. Atuou como Representante Territorial de Cultura da SecultBA no Extremo Sul entre 2013 e 2016. Foi Coordenador da Câmara Temática de Cultura e Coordenador Técnico do Colegiado Territorial do Extremo Sul - CODETER entre 2013 e 2017. Atualmente presta consultorias a instituições e produtores, além de ser o Coordenador Cultural do Projeto Escolas Culturais na cidade de Itamaraju.
O CONSELHO - Órgão colegiado do Sistema Estadual de Cultura, o Conselho Estadual de Cultura da Bahia (CEC) tem entre suas atribuições a missão de apreciar e contribuir com a elaboração e o cumprimento do Plano Estadual de Cultura. Além disso, deve propor e estimular a discussão sobre temas relevantes para a cultura na Bahia, assim como promover a participação da sociedade civil na definição e fiscalização das políticas, programas, projetos e ações culturais.
Foto: Lucas Vinícius Ascom/CEC
Foto: Lucas Rosário Ascom Secult