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Celebração ao tempo marca 70 anos de desfile do Afoxé Filhos de Gandhy

O maior Afoxé da Bahia integra o Carnaval Ouro Negro do Governo do Estado


Em 1949, quando reunidos embaixo de uma mangueira nas imediações da sede do Sindicato dos Estivadores do Porto de Salvador, um grupo de trabalhadores decidiu criar o Afóxé Filhos de Gandhy. Talvez eles não imaginassem que estariam criando uma das entidades mais fortes do Carnaval de Salvador. Setenta anos depois, o Gandhy é sinônimo de Bahia e proporciona um dos mais belos espetáculos da maior festa popular do mundo.


O Afoxé Filhos de Gandhy festeja os seus 70 anos de Carnaval com apoio do edital Carnaval Ouro Negro 2019, promovido em conjunto pelas secretarias da Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) e de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA).

Foto: André Frutuoso


Na atualidade, o seu tapete branco junta mais de 6 mil homens de diversos lugares do globo terrestre. No septuagenário Afoxé Filhos de Gandhy, homens de todas as cores, crenças e credos se reúnem pela paz e com as bênçãos de oxalá. Esse ano a Jóia Rara, que tradicionalmente troca colares por afetos e dá um banho de alfazema nos milhares de foliões que lotam os circuitos da folia, faz uma homenagem ao tempo, aquele que rege o caminhar, as decisões e o destino das pessoas. ÊLA TEMPO!


De acordo com João Paulo Gomes, Secretário do Afoxé Filhos de Gandhy, a escolha da temática foi feita “em respeito à ancestralidade e a todos os que contribuíram para a evolução da instituição”.


Durante os três dias de desfile de 70 anos do Afoxé Filhos de Ghandy - que vão acontecer no domingo (3) e terça (5), saindo da Rua Chile e transbordando pelas ruas do centro da cidade e na segunda-feira (4), a beira mar, no circuito Barra-Ondina – o bloco vai levar seu som contagiante e a cultura da paz pregada pelo líder indiano Mahatma Gandhi. Acompanhar a passagem do “tapete branco do Gandhy” é contribuir para a manutenção a tradição da religião africana, ritmada pelo agogô e por seus cânticos de ijexá, na língua Iorubá.

Foto: Edson Ruiz


OS AFOXÉS NO OURO NEGRO – O Afoxé é um cortejo de rua que sai durante o carnaval, uma manifestação afro-brasileira com raízes no povo iorubá. Os integrantes dessas agremiações costumam serem vinculados a terreiros de candomblé e outras religiões de matriz africana. De origem iorubá, a palavra afoxé poderia ser traduzida como "o enunciado que faz acontecer". Os afoxés Filhos do Congo, Kambalagwanze, Laroye Arriba, Netos de Gandhy e Filhos de Korin Efan também foram contemplados pelo Carnaval Ouro Negro 2019.

Ouro Negro – Chegando à sua 12ª edição, o Ouro Negro oferece importantes subsídios para o apoio a agremiações de matrizes africanas e tradicionais dentro dos circuitos do Carnaval de Salvador. Desta forma, é promovida a preservação e valorização a presença destes blocos, com o desfile em alas e indumentárias tradicionais, assim como a maior participação da juventude, transmitindo o legado para as novas gerações. Dentro de suas comunidades, estas entidades contribuem para o desenvolvimento social através de projetos que estimulam a construção de uma cultura cidadã.


Carnaval da Cultura – É o carnaval dos blocos afro, de samba, de reggae e dos afoxés, apoiados por meio do Edital Ouro Negro para desfilar nos três principais circuitos da folia: Batatinha, Dodô e Osmar. É a folia animada, diversa e democrática do Carnaval do Pelô, que abraça o carnaval de rua, microtrios e nanotrios, além de promover nos palcos grandes encontros musicais e variados ritmos numa ampla programação. Tem Afro, Reggae, Arrocha, Axé, Antigos Carnavais, Samba, Hip-hop e Guitarra Baiana, além de Orquestras e Bailes Infantis. E é também a preservação do patrimônio cultural, com o apoio ao carnaval tradicional dos mascarados de Maragojipe. Promovido pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Cultura (SecultBA), o Carnaval da Cultura é da Bahia. O Mundo se Une Aqui!



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